ACP: Moçambique considera 'Histórica' Declaração de Nairobi
Moçambique considera histórica
a Declaração de Nairobi por esta marcar uma viragem nos princípios e visão do
Grupo África, Caraíbas e Pacifico (ACP), perante os parceiros e o contexto
actual no mundo.
Apelidada de “Unguvu wa Umoja
Declaration”, em língua Swahili, o mesmo que Declaração “A Força da Unidade”, o
documento adaptou a organização à realidade actual.
Segundo o Ministro moçambicano
da Indústria e Comércio, Ragendra de Sousa, que representou o Presidente da
República na sessão de encerramento da 9ª Cimeira dos Chefes de Estado e de
Governo do Grupo ACP, no evento fez-se transformações da Declaração anterior
(Declaração de Georgetown, de 1975).
"Demos início a nova
negociação entre a ACP e a União Europeia. Enfatizamos, nesta declaração, a
necessidade de, primeiro e antes de tudo, melhorarmos a nossa relação intra -
ACP. Melhorarmos o comércio", afirmou o Ministro, falando a jornalistas
nacionais, no final dos trabalhos da cimeira.
Aliás, sublinhou que o
Presidente da República fez o grande desafio da necessidade de se atingir o
comércio intra - ACP, na ordem de 10 por cento.
"Ao nível político, o
acordo é quase total, temos de melhorar a nossa solidariedade e conhecermo-nos
mais entre nós. Não é sabermos de nós, mas conhecermo-nos", defendeu.
Para o governante, o que mais
o impressionou foi, entre todos os que intervieram, o cometimento político, de
tudo se realizar a partir da vontade política.
No domínio económico, Ragendra
de Sousa disse terem sido tomadas decisões, também profundas. “Olhamos para a cadeia
de valor, os produtos que mais trocamos, como o açúcar”.
Neste produto, “declaramos a
necessidade de cumprirmos com as leis do comércio livre. Somos grandes
produtores do açúcar, mas somos confrontados com subsídios na União Europeia, o
que nos dificulta. Vamos trabalhar, diligentemente, para encontrarmos
soluções”.
Acrescentou que foi unânime o
apelo no sentido de haver um compromisso de longo prazo com a União Europeia e
que as alterações necessárias devem ter uma certa previsibilidade.
"E como foi dito, nós
temos de contar, primeiro, connosco próprios e, depois, olharmos para os
outros, como parceiros", disse.
Neste âmbito, o Ministro deu
exemplo de Moçambique, que no quinquénio prestes a terminar, fez de tudo para
cumprir com os compromissos para com o povo, não obstante o corte de apoio
financeiro por parte dos parceiros internacionais, facto que mostra que
"somos capazes"
"Fizemos o quinquénio sem
ajuda, mas o país não parou, o salário não falhou e a economia cresceu",
sustentou a fonte, reiterando que a Cimeira de Nairobi foi, de facto,
histórica.
"Vamos todos criar força
para que possamos, de facto, cumprir com as promessas que fizemos entre os
Estados, mas, fundamentalmente, a promessa que estamos a fazer para com os
nossos povos", concluiu.
A 9ª Cimeira dos Chefes de
Estado e de Governo decorreu nos dias 9 e 10 de Dezembro corrente sob o lema
"Uma ACP transformada e Comprometida no Multilateralismo".
(AIM)
(AIM)
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