Sonho de Samora Machel concretizado em Muembe


O sonho de Samora Machel, primeiro presidente de Moçambique independente,de construir pequenas cidades nas zonas libertadas no Niassa está a ser concretizado, aos poucos, com a edificação de uma escola secundaria geral, de raiz, na localidade de Chiuanjota, posto administrativo de Chiconono, distrito de Muembe.

Trata-se de um empreendimento que será inaugurado hoje pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, no âmbito da cerimónia central de abertura do ano lectivo 2020 e custou aos cofres do Estado o equivalente a 30 milhões de meticais.

O estabelecimento possui dez salas de aula apetrechadas com carteiras, laboratório, sala de informática equipada com 30 computadores, uma sala multi-uso, sanitários para alunos e professores, sistema de abastecimento de água potável, bloco administrativo, entre outros serviços.

Em contacto com a nossa reportagem em Chiuanjota, as autoridades comunitárias locais confirmaram que entre os anos 1978 e 1979, Samora Machel começou a falar do seu sonho de criar cidades nas antigas zonas libertadas, com instituições de ensino a vários níveis, incluindo universidades, centros de produção agrícola e de processamento, unidades sanitárias, entre outras infra-estruturas para beneficiar a população.

O sultão Ntamila Assaia, autoridade comunitária do mais alto nível no distrito de Muembe que, entretanto, se encontra baseada na localidade de Chiuanjota, disse que poucos perceberam como o sonho de Samora Machel seria materializado.

“Através dos seus emissários soubemos, em 1978, que o primeiro presidente da República Popular de Moçambique defendia que o desenvolvimento se constrói contando com gente instruída academicamente”, sublinhou.

Acrescentou que, em meados de 2003, foi construído o centro de saúde de Chiuanjota, que veio reforçar a prestação de cuidados sanitários em Chiconono, uma vez que já existia um posto em Ligogolo. Mais tarde, em 2013, foi construído o Centro de Saúde de Longolela, que serviu para melhorar ainda mais a assistência à população.

De acordo com a fonte, todas as  unidades sanitária estão dotadas de maternidades e esclareceu que a construção do centro de saúde de Chiuanjota aconteceu em cumprimento da orientação do Presidente Nyusi na última visita efectuada ano passado ao distrito de Muembe.

Chiconono foi campo de batalha

A rainha da povoação de Chiconono, Teresa Ali, contou à nossa Reportagem que as tropas do Exército colonial português e as Forças Populares de Libertação de Moçambique travaram combates renhidos neste posto administrativo.

“Os guerrilheiros da Frelimo encontravam-se nas suas bases, nas montanhas que rodeiam Chiconono, nomeadamente Chiuanjota, Changauzia, Cuicudju, Changaulê, Dicopolue e Dilemba. Os homens é que se deslocavam para essas bases para entregar produtos alimentares que produzíamos aqui e traziam informações de que Samora Machel sonhava com uma escola de nível secundário geral e centro internato para acomodar os alunos que vivem nas redondezas do distrito e do vizinho Mavago”, disse a rainha, acrescentando que este desejo de Samora está a ser concretizado de maneira gradual e o posto de administrativo de Chiconono tem condições privilegiadas para o efeito.

Manifestou a sua satisfação, porque em Chiconono já existem unidades sanitárias, empresas agrícolas de capitais estrangeiro que praticam a agricultura comercial e tem energia eléctrica fiável da rede nacional.

“Agora chegou o ensino secundário devidamente apetrechado para formar o homem que vai assegurar a construção do futuro como defendia Samora Machel”, concluiu a rainha de Chiconono.

Valorizar e imortalizar esta vontade

PARA valorizar e imortalizar esta vontade de desenvolver Niassa desde as antigas zonas libertadas é preciso que a população mande os seus filhos para frequentar a escola e conservar as infra-estruturas que são construidas para servir o povo.

O régulo António Assumane Chituto, de Chiuanjota, disse que uma forma de imortalizar o sonho Samora Machel relativamente às zonas libertadas é desencadear campanhas, ao nível local, de mobilização e sensibilização dos pais, no sentido de levar os seus filhos para as escolas visando assegurar a sua formação académica.

Só estudando serão formados os técnicos de saúde, operadores de máquinas agrícolas, engenheiros, professores, entre outros quadros para garantir a promoção de vários serviços à população numa determinada região.

Para o régulo António Chituto, nenhuma criança em idade escolar ficará de fora dos estabelecimentos de ensino em Chiconono, com uma população estimada em 13 mil habitantes, se todos se empenharem na mobilização.

Entretanto, Natália Liotela, gestora do lar de estudantes, em Chiuanjota, disse que os internos provêm de várias regiões, nomeadamente Liotela e Nzinze, bem como de diferentes pontos do distrito de Mavago, que dista cerca de 70 quilómetros de Chiconono.(Jornal Notícias)

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